CARNAVAL DE BEZERROS MANTÉM VIVA TRADIÇÃO DO PAPANGU

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CARNAVAL DE BEZERROS MANTÉM VIVA TRADIÇÃO DO PAPANGU

Secretaria de Turismo e Cultura

Autor: Produção de Conteudo

CARNAVAL DE BEZERROS MANTÉM VIVA TRADIÇÃO DO PAPANGU

Conhecido nacionalmente como a “Terra do Papangu”, Bezerros, no Agreste pernambucano, distante 104 km do Recife, é o terceiro maior polo carnavalesco do estado e tem a maior e melhor folia do interior do Brasil: a Folia do Papangu. O município atrai milhares de foliões durante o carnaval, gerando centenas de empregos diretos e indiretos, […]

20/02/2023 13h00 Atualizado há 1 ano atrás


Conhecido nacionalmente como a “Terra do Papangu”, Bezerros, no Agreste pernambucano, distante 104 km do Recife, é o terceiro maior polo carnavalesco do estado e tem a maior e melhor folia do interior do Brasil: a Folia do Papangu. O município atrai milhares de foliões durante o carnaval, gerando centenas de empregos diretos e indiretos, e movimentando a economia local. Em 2023, o anfitrião da festa tomou conta das ruas da cidade.

“O sentimento é de felicidade. Não apenas pelo recomeço pós-pandemia, mas por resgatar a história do nosso papangu, que é, sem sombra de dúvidas, a principal atração dos nossos festejos de carnaval. Bezerros é do tamanho do mundo e nós queremos que todos conheçam um pouquinho dessa riqueza cultural que une cores, ritmos e alegria numa festa para todos os públicos e gostos. Bezerros está de braços abertos para acolher quem ama nossa terra, nossa gente e nossa cultura. Afinal, AQUI TEM HISTÓRIA. Viva o nosso Papangu!”, destacou a prefeita Lucielle Laurentino.

Após dois anos sem realizar os tradicionais festejos de momo, devido à pandemia da Covid-19, o município voltou a receber turistas e visitantes dos quatro cantos do Brasil e até do mundo. O Papangu é presença garantida nas ruas da cidade. Ele traz de volta o sentimento de esperança, que alegra o coração do bezerrense e quem conhece a terra do anfitrião mascarado, que também é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado.

“Saber que somos o terceiro maior polo carnavalesco do estado nos dá uma tremenda responsabilidade não só em fazer uma festa bonita, mas principalmente resgatar a figura do Papangu e sua história. Através da gestão da prefeita Lucielle e da vice Socôrro Silva, queremos que o bezerrense e quem aqui chegar sinta orgulho de estar no carnaval mais tradicional do interior do Brasil”, pontuou Bruno Clisman, secretário de Turismo e Cultura. 

Com o tema “Aqui Tem História”, a Folia do Papangu 2023 chegou para contemplar todos os públicos e gostos, principalmente os amantes do frevo. A abertura oficial aconteceu no sábado (18), com apresentações culturais dos grupos Folc Popular e Papanguarte, além da Banda Centenária Cônego Alexandre Cavalcanti. Logo em seguida, o projeto Frevo&Elas fez o público levantar do chão com Nena Queiroga, Maria Gadú, Luiza Possi e Gaby Amarantos. O Bloco do Zé Pereira e Juvenal também marcou presença na noite de sábado e deixou os foliões ansiosos para revelar quem seriam os homenageados fantasiados que desfilaram pelas ruas de Bezerros. Ao final do trajeto, que saiu do Polo São Sebastião até o Polo Cultural, a identidade dos mascarados foi revelada para o público.

O domingo contou com os mais diversos shows artísticos nos cinco polos da folia. Entre as atrações, Spok Frevo, Almir Rouche, Marcão Noventta, Michelle Melo, Gerlane Lops, Amigos do Frevo, entre outros, deram o tom do maior e melhor carnaval do interior do Brasil. E claro que para a festa ficar ainda mais bonita não podia faltar a principal atração dos festejos carnavalescos: o Papangu. 

Seja em grupo de amigos, famílias, casais ou individual, o papangu trouxe uma mistura de cores, ritmos, alegria, diversão e nostalgia para quem sentiu de perto o gostinho de vivenciar a cultura mais tradicional do interior pernambucano. No Polo São Sebastião, um concurso elegeu as fantasias mais criativas, coloridas e bem produzidas pelos foliões. O resultado será divulgado nesta terça-feira (21), dentro da programação do Polo Cultural. 

Os shows artísticos e apresentações culturais seguiram nesta segunda (20), em todos os polos da folia. Ao som do frevo, forró, MPB, eletrônico, entre outros ritmos, os foliões fizeram a festa acontecer nos quatro cantos da cidade. E não parou por aí, pois, nesta terça-feira (21), tem mais carnaval na Terra Papangu. Junto aos inúmeros blocos que desfilam pelas ruas, o Papangu imortaliza a cultura e tradição dos mascarados por gerações. 

>>HISTÓRIA DO PAPANGU

Em meados dos anos de 1900, alguns amigos tiveram a ideia de fazer uma simples brincadeira: sair às ruas da cidade com roupas arranjadas e o rosto totalmente coberto para ninguém identificar quem estava por trás da fantasia. Os “mascarados” então passavam de casa em casa pedindo angu de milho aos moradores e criando o mistério sobre a identidade dos foliões. O tempo passou e a brincadeira ganhou vida entre os moradores que passaram, anualmente, a vivenciar os mascarados nas ruas. Quando eles surgiam, as crianças gritavam para seus familiares: “Lá vem os papa-angu”. Foi daí que surgiu o tradicional nome do Papangu, anfitrião do carnaval de Bezerros, no Agreste pernambucano.

Saindo em blocos ou sozinhos, com roupas combinadas e com ou sem adereços carnavalescos, os Papangus deram origem ao maior e melhor bloco de carnaval do interior do Brasil, o Bloco do Papangu. Na folia, a linguagem é uma só: felicidade. O anfitrião dos festejos também foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, sendo eternizado nas fantasias, peças de artes, artigos decorativos, xilogravuras, músicas, adereços, entre outros itens que traduzem a riqueza histórica e cultural da Folia do Papangu de Bezerros para os quatro cantos do mundo. 

>>FASES DE EVOLUÇÃO DO PAPANGU

A origem e evolução do Papangu de Bezerros é registrada em seis fases. A primeira fase relata a história que surgiu por volta de 1900. No período, os mascarados alegravam as festas dos senhores de engenhos, saiam pelas ruas da cidade, de casa em casa, pedindo angu de milho (massa consistente de farinha de milho – fubá). O famoso angu era servido puro ou com carne de bode, de galinha, de boi ou até com leite. 

A segunda fase conta o surgimento da máscara confeccionada com papel de embrulhar charque, feita de forma simples, sem qualquer beleza estética. A terceira fase dá vida à máscara de tecido, inicialmente produzida com fronha de travesseiro. Na quarta fase, temos um pouco de cores, a partir da máscara de papel colê. O famoso “Cabeção” entra na quinta fase, levando alegria em seus traços, e, por fim, todo encantamento da sexta fase, com as máscaras de papel machê, mais tradicionais nos dias de hoje.

Em grupos com, no máximo, cinco pessoas, os mascarados eram anunciados pelas crianças que, com medo, gritavam “lá vem os papa-angu” e corriam para dentro de casa. Com o passar do tempo, a brincadeira virou tradição e foi passando de pai para filho.

TEXTO: Gabriel Galvão / Izaias Néu.
FOTOS: GECOM/PMB.


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